domingo, 22 de junho de 2008

Jornal Folha do Norte da Ilha

Esporte
23/05/2008
Portador de deficiência é destaque na natação
Roberto Rodriguez foi convocado para competir pela Seleção Brasileira Júnior no torneio IWS, nos Estados Unidos.
Foto(s): Gilberto Gonçalves

Quando Roberto Alcalde Rodriguez nasceu, veio do hospital considerado uma criança completamente saudável. Foi somente em casa que seus pais notaram os sinais de que ele tinha o problema de formação conhecido como mielomeningocele, caracterizada por um defeito no fechamento da coluna vertebral. Roberto chegou a passar por quatro cirurgias para tentar corrigir o problema, quase faleceu em uma delas, e hoje depende de uma cadeira de rodas para andar. Mesmo com esses problemas, aos 16 anos ele se destaca na natação competitiva, mesmo usando apenas os braços e tronco.

Atleta da Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (Aflodef), ele está disputando pela segunda vez o Circuito da Caixa Econômica Federal (CEF), foi convocado para competir pela Seleção Brasileira Júnior no torneio IWS, nos Estados Unidos, venceu em todas as categorias no Campeonato Paraolímpico Estudantil realizado em Brasília no ano passado e conta com o quarto melhor tempo do Brasil nos 100 metros de costas, dentro da sua categoria. Em 2006, foi campeão do Circuito da Federação Aquática de Santa Catarina (Fasc).

O pai de Roberto, Cirilo Rodriguez, conta que o jovem começou com a natação apenas como terapia, quando eles ainda moravam no Rio Grande do Sul. Foi há dois anos, quando se mudaram para Florianópolis e Roberto passou a praticar na Academia Albino, no norte da Ilha, que surgiu a possibilidade de nadar de forma competitiva. Ele recebe seu treinamento do professor Fladimir Klein, pós-graduado em fisiologia e técnico da equipe Ilha Norte Floripa. O pai de Roberto lembra que o jovem continua estudando e está para prestar vestibular. “Ele quer fazer educação física, mas estamos tentando fazê-lo mudar de idéia”, admite Cirilo.

Já Roberto garante que pretende fazer da natação competitiva uma carreira. “Seria unir o útil ao agradável”, afirma. O jovem atleta assegura que sente uma boa aceitação das pessoas, diferente da discriminação que existia no passado em relação às pessoas portadoras de necessidades especiais e que procura viver sua vida da forma mais normal possível. “Ainda há outros atletas na frente dele em desempenho, mas são pessoas já no auge, enquanto ele ainda está começando”, destaca Fladimir.

Da redaçao: Alexandre Winck
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